Texto em português na sequência.
In this time of corona pandemic, I was talking to a doctor in Brazil, Dr. Priscila Miranda Soares, who created an amazing project - a phone consultation service, Dr. Presente - where doctors, nurses and psychologists offer guidance and support free of charge for people who are in need. She was talking to a poor man who was afraid he was contaminated and she asked him to talk about what he was feeling and he said “I’m sorry doctor, but I don't know how to talk about myself”.
When she told me about this phone consultation I thought about the podcast episode that explores the process of getting to know yourself with self-compassion.
A person who lives from hand to mouth has so many other needs to fulfill in order to survive, that to attend to thoughts and feelings is not in the radar.
There is socially constructed assumption that to know yourself in depth is for a few and to go into therapy is for the eccentric or crazy ones. Prejudices and stereotypes we are still to deconstruct.
After this dialog, I started imagining who was this man and how he lived. There was one thing I was sure of; he wanted to be listened to and validated in his concerns, even though he felt he was not capable of answering her question.
For centuries relationships between classes happen in a way that promotes labour, production and selling of goods. We take this as the right way to develop our society. There is little questioning about this way of life or how this process promotes human suffering. We insist in patching the gaps and patching the patches instead of daring a new way of living.
Linda Hartling, Director of Human Dignity and Humiliation Studies says:
“It is how we engage in relationships that leads to the growth of the work on dignity.”
What could happen if we, as individuals and as a society, decided to invest on humanity’s dignity?
It starts with self-awareness and compassion. What kind of collective experience would be created?
Imagine…(yeah, after writing it, I also thought about John Lennon’s song…heheheh)
Auto-consciência, compaixão e dignidade
Nesse momento de pandemia, eu estava falando com uma médica mineira, Dr. Priscila Miranda Soares, que criou um projeto sensacional - um serviço de consultas telefônicas, Dr. Presente - onde médicos, enfermeiras e psicólogos voluntários oferecem suporte e orientação sem custo pra quem procura ajuda. Ela estava falando com um senhor que entrou em contato porque estava com medo de estar contaminado. Ela então perguntou sobre como ele estava se sentindo, e ele disse: Sinto muito doutora, mas eu não sei falar sobre mim.
Quando ela me contou sobre essa conversa eu pensei no episódio do podcast sobre auto conhecimento e auto-compaixão. Uma pessoa que vende o almoço pra comprar o jantar tem que sobreviver com tantas carências que atentar a vida interna de como vivemos nossos pensamentos e sentimentos não é algo percebido como importante..
Há uma suposição socialmente construída de que conhecer a si mesmo de forma mais profunda é algo para poucos e fazer terapia é para os excêntricos ou loucos mesmo. Preconceitos e estereótipos que ainda temos que desconstruir.
Depois dessa conversa, comecei a imaginar quem seria esse homem e como ele vive. De uma coisa eu sabia; ele queria ser ouvido e validado em sua preocupação, mesmo sem saber se expressar sobre ele mesmo.
Por séculos a relação entre classes acontece na forma de promover labuta, produção e venda. A gente entende que esse é o jeito de desenvolver a nossa sociedade. Existe um questionamento mínimo (quando existe) sobre esse formato, nosso estilo de vida e sobre como esse modelo promove sofrimento. Insistimos em remedar as falhas e remendar os remendos em vez de ousar um estilo novo de sociedade.
Linda Hartling, Diretora da Human Dignity and Humiliation Studies disse:
‘É a forma como engajamos nas relações que leva ao crescimento no trabalho de dignidade.”
Como seria se nós, como sociedade e como indivíduos, decidíssemos investir na dignidade humana?
Começa com auto-conhecimento e compaixão. Que tipo de experiência coletiva poderia surgir?
Imagina…(depois de escrever, é claro que veio a música do John Lennon na minha cabeça…rsrsrs)
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