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Cris Prade

A gardener's gaze: a look of love

Texto em português na sequência.

gardener's gaze

It is Springtime in the northern hemisphere, a time of trees full of flowers and I find myself thinking about how we can blossom in the different cycles of our lives. In youth, this is very clear. It is a propitious time to venture, to allow oneself to be and so be, but our best can happen in different phases of life; there is not necessarily a fixed or unique time to bloom. In fact, it is necessary to learn to be in the flow of life, recognising favourable times for introspection and withdrawal and times for expression and expansion in the world.

There are moments when we feel like we are growing and learning, revealing our capabilities and strengthening ourselves in the face of life's challenges; on the other hand, there are moments when we feel helpless and fragile, unhappy and distressed. Often, in these times, we have the perception that we are stuck in a dark place and that nothing is going to work. We are living the cycle of our internal Winter as when we look at the trees and they have nothing to offer, dry branches, apparently lifeless.


I learned that the end of November is the time we should plant tulip bulbs; they need to stay in the cold ground all winter to be able to flower in March.


There was a time that I forgot and I ended up planting the bulbs only in late January. I was stubborn. I planted them because I wanted the tulips (just like a spoiled child) but I had already passed the time interval for that. Result: the tulips were born with no flowers, without petals. The bulbs did not have time to nourish themselves enough to awaken their best. Undoubtedly, I learned that ,if I want tulips in March, I have to plant them in the beginning of winter.


By now, you realise I enjoy nature and I miss this contact, since I live in the city. But London is full of beautifully maintained parks. It is a joy to walk in the parks during the springtime. The British have a very strong gardening tradition. They dedicate themselves to taking care of their gardens and being a gardener here is something of value. The gardener knows when to plant and prune, s/he knows which branches need to be cut and how best to nourish the soil for this and that plant. The gardener prepares the garden in winter and cares for it: the tulip bulbs are all buried, the branches are dry, the plants are pruned. S/He does so because s/he knows the potential of the land and nature.


gardener's gaze

The gardener does not see the tulip bulb, but sees the tulip there dormant; the gardener does not see the bare branches, but sees the flowers, leaves and fruits hidden there. Thus, all the care offered is done in a dynamic of trust. And it is precisely because the gardener takes care and trusts that the plants bloom at their best. It takes loving care to dedicate time to what is not beautiful, has no immediate visible results, has nothing to give in return right after.


I find myself thinking about how we can have a gardener’s gaze in our life:

How can we nourish ourselves in difficult times? What needs pruning? What needs time to heal in us,? What kind of light guides us?


To see our potential, recognise, care and trust so that it can finally emerge.


To see yourself and others at their greatest potential and offer what is needed at the moment for a blooming ahead, allow what it is to be what already is in the gardener's eyes.



 

Olhar de jardineiro: Olhar de amor


É tempo de primavera no hemisfério norte, tempo de árvores cheias de flor e me pego pensando sobre como podemos desabrochar nos diferentes ciclos das nossas vidas. Na juventude isso fica muito claro. Tempo propício para se aventurar, se permitir ser e assim ser, mas nosso melhor pode acontecer em diferentes fases; não há necessariamente um tempo fixo ou único para desabrochar. Na verdade há que aprender a seguir no fluxo da vida reconhecendo tempos propícios para introspecção e recolhimento e tempos de expressão e expansão no mundo.


Há momentos em que sentimos na pele como estamos crescendo e aprendendo, revelando nossas capacidades e nos fortalecendo diante dos desafios da vida; por outro lado, há tempos em que nos sentimos desprotegidos e fragilizados, impotentes e angustiados. Muitas vezes, nesses tempos, temos a percepção de que nada vai mudar, que não vai dar certo, que somos um fracasso. Estamos vivendo o ciclo do nosso inverno interno. Como quando olhamos as árvores e elas não tem nada a oferecer, galhos secos, aparentemente sem vida nenhuma.


Eu aprendi que é no fim de novembro que devemos plantar os bulbos de tulipas. Elas precisam ficar no solo gelado durante todo o inverno para poder florecer em março.

Teve uma vez que eu esqueci e acabei plantando os bulbos só em fim de janeiro. Plantei pq teimei que queria as tulipas, mas já tinha passado o intervalo de tempo para isso. Resultado: as tulipas nasceram sem flor, nasceram sem pétalas. Os bulbos não tiveram tempo de se nutrir o suficiente para despertar seu melhor. Aprendi que se quero tulipas em março , tenho que plantá-las no começo do inverno.


Já deu pra perceber que eu curto a natureza e sinto falta desse contato, uma vez que moro na cidade. Mas Londres é uma cidade cheia de parques muito bem cuidados. É uma alegria passear nos parques durante esse tempo de primavera. Os inglêses têm uma tradição de jardinagem muito forte. Eles se dedicam a cuidar de seus jardins e ser jardineiro aqui é algo de valor. O jardineiro sabe a hora de plantar e de podar, sabe quais galhos precisam ser cortados e como melhor nutrir o solo para essa e aquela planta. O jardineiro prepara o jardim no inverno e cuida, os bulbos de tulipas estão todos enterrados, os galhos secos, as plantas podadas. Ele assim o faz porque sabe do potencial da terra e da natureza.


O jardineiro não vê o bulbo de tulipa, ele já vê a tulipa lá dormente; o jardineiro não vê os galhos pelados, ele vê as flores, folhas e frutos ali escondidos. Assim, todo o cuidado oferecido é feito em uma dinâmica de confiança. E é exatamente porque o jardineiro cuida e confia que a planta desabrocha em seu melhor. É preciso um cuidado amoroso para dedicar tempo ao que não tem beleza, não tem resultados imediatos visíveis, não tem nada pra dar em retorno na hora do esforço.


Me pego pensando em como podemos ter olhar de jardineiro na nossa vida?

De que forma podemos nos nutrir em tempos difíceis, que rompimentos precisam ser feitos, o que precisa de tempo para se recuperar em nós, que claridade nos guia, etc…


Enxergar nosso potencial, reconhecer, cuidar e confiar para que ele finalmente brote.


Ver a si mesmo e ao outro em seu maior potencial e oferecer o que é preciso no momento pra um desabrochar lá na frente. Deixar o que é, ser o que já é no olhar do jardineiro.

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